quarta-feira, 19 de junho de 2013

A menina achava que não gostava da natureza


A Natureza
 

Claudia Schmidt
 

-Não, mãe. Não vou molhar as plantas. Não gosto da natureza!

-Mas, filha, a natureza não são apenas as plantas. A natureza foi criada por Deus e é um presente. Ela inclui as plantas, os animais, as flores, a água, o ar, a chuva, o mar, o céu, as nuvens...

- Não me interessa, mãe. Por mim a natureza não precisava existir.

A mãe de Márcia silenciou por alguns minutos.

- E se ela não existisse pra você, por um dia?

- Por mim tudo bem, retrucou a garota. Seria muito bom.

- Então está combinado. Amanhã não haverá natureza na sua vida. Que tal?

Márcia desconfiou um pouco da proposta da mãe, mas concordou. Ela achou que seria bom não ter que regar as plantas, varrer as folhas do pátio ou cortar a grama.

No dia seguinte, quando acordou, foi lavar o rosto e escovar os dentes, mas não havia água. Foi colocar o seu uniforme da Escola, mas não achou a camiseta. Chegando na cozinha, não encontrou seu café pronto. Na mesa apenas um bilhete:

O leite vem da vaca. O açúcar tem sua origem na cana-de-açúcar e o café é uma planta também. O pão vem do trigo e as frutas também tem sua origem na natureza."

Márcia achou bom poder sair sem tomar café, pois estava sem fome mesmo e a mãe não insistiria para ela comer. Perguntou pela camiseta do uniforme, mas a mãe respondeu que era de algodão, que era uma planta e que, portanto, não poderia vesti-la naquele dia. Sentiu falta de Vivi, sua gata, que sempre lhe dava bom-dia com um carinho especial, mas logo ficou sabendo que ela estava passando o dia na vizinha, pois os animais eram parte da natureza.

Quando entrou no carro a garota achou engraçado a mãe lhe dizer para ir de olhos fechados até a escola, mas ficou sabendo que era para não ver as árvores e as flores que deixavam o caminho tão bonito na primavera.

Na escola, quando abriu a mochila não encontrou seu caderno e os lápis, mas apenas um bilhete:

"O caderno e o lápis vêm das árvores. Um beijo. Sua mãe."

Chateada, pediu uma folha e um lápis emprestado. Na hora do recreio, no lugar de seu lanche havia outro bilhete:

"Não achei nada para você comer que não viesse da natureza. Sinto muito."

Ao chegar em casa, sentiu o cheiro do almoço e foi conversar com sua mãe.

Neste momento da história o mediador pode questionar:
O que vocês acham que ela fez? O que vocês fariam?

Ela estava com fome e arrependida da bobagem que disse no dia anterior. Enquanto ela conversava com a mãe, admitindo que não podia viver sem a natureza, Vivi, a gata, veio lhe dar as boas-vindas.

A mãe abraçou carinhosamente a filha e pediu que ela fizesse a prece antes do almoço, como era costume da família. Naquele dia, Márcia pediu perdão a Deus e agradeceu ao Criador por Ele ter criado a natureza, pois percebeu que ela é um presente de Deus para os seres humanos, e que sem ela não seria possível viver neste planeta.
 
Texto de Cláudia Schmidt

terça-feira, 11 de junho de 2013

Tradição Cultural e Construção Atual da Cultura

Oiê! Olha eu aqui novamente!
Estou passando rapidinho para conversar um pouquinho com vocês!
 
A ambientação para comemorações juninas nas escolas, lojas e comunidades nos traz à tona o sentimento de pertencimento e identidade cultural com mais ênfase nesse período, não é mesmo?
 
A valorização das nossas raízes culturais é muito importante, e o ideal é que seja feita em todos os momentos no percurso do ano letivo. Podendo com isso permitir a reflexão e reelaboração de conceitos mais profundos e vivenciados no aqui e agora das experiências de nossas crianças.
 
Posso sugerir algo instigante?
Reflexão sobre os símbolos juninos (estudando a origem e significados considerando as  tradições culturais) mas sobretudo fazer uma comparação com os conceitos e conscientização ecológica. 
 
Observem abaixo cantigas do cancioneiro popular que já fazem parte do repertório infantil. Será muito legal cantar com as crianças como sensibilização. Mas que tal após a reflexão, criarem novas cantigas expressando as ideias que estão fazendo parte da nossa construção cultural atual?
 
Vamos ficar atentos!
 Geração ecologicamente atenta, por uma tradição cultural consciente!
 
 
Grande Abraço!
Claudinéia Barbosa
 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Caminhada Ecológica! Uma das ações do II Projeto Institucional da Secretaria Municipal de Educação e Ação Intersetorial – Itaberaba-BA


Projeto: Itaberaba, preservando o Meio Ambiente,
cuidando e praticando saberes sustentáveis.




Figura 1.
 




Este Projeto que envolve o público: Estudantes das Escolas Municipais - Educação Infantil, Ensino Fundamental Séries/ Anos Iniciais e Finais e Educação de Jovens e Adultos; e realizou hoje, uma das suas etapas, a Caminhada Ecológica, com a mobilização das crianças e estudantes sensibilizando e envolvendo as comunidades        dos bairros em que estão inseridos. Nesta edição, destaco através das imagens a ação das creches e pré-escola que atendem as crianças da comunidade do Bairro Vermelho.
 
 



Fig. 1 e 2: Mobilização feita pelas crianças
e professoras da Creche Paraíso da Criança. 
A problemática da sustentabilidade assume neste final de século um papel central na reflexão em torno das dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o impacto dos humanos sobre o meio ambiente está causando impactos cada vez mais complexos, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos. A partir da temática central deste ano letivo a Campanha “Repensando práticas e Saberes para a construção de uma educação cidadã”, focando os Rs: reduzir, reutilizar, reciclar, reaproveitar, recusar, recuperar e repensar.
 



Fig. 3 e 4: Blitz Ecológica! Feita pelas crianças
e professoras da Escola Luiz Viana Filho
 
O objetivo central é desenvolver, acompanhar e assumir a Educação Ambiental na escola de forma permanente, envolvendo a comunidade escolar e o entorno onde vivemos para pensar nas soluções para os problemas atuais e na construção de um futuro desejado por todos, promovendo situações práticas em defesa à sustentabilidade da nossa cidade, do nosso planeta.


 
 




Para atingirmos esses obje­tivos, mais do que trabalhar com informações e con­ceitos, é preciso que a escola trabalhe também com a formação de valores e atitudes. Nessa perspectiva, o Projeto “Itaberaba, preservando o Meio Ambiente, cuidando e praticando saberes sustentáveis” buscando construir com os alunos e crianças, atitudes de conservação para que possam, não apenas agir corretamente no processo de preservação do meio ambiente, como também colaborar com o despertar dessa consciência junto às suas famílias e à comunidades. 



Interessar-se e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural, formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, manifestando opiniões próprias sobre acontecimentos, buscando informações e confrontando ideias; é uma das expectativas de aprendizagem para as crianças na Educação Infantil. Esse momento oportunizar vivências, incentivar o cuidado e a preservação do ambiente e dos elementos e recursos naturais, são valores importantes e que fazem muita diferença para o desenvolvimento das crianças em vários aspectos. Compreendemos que experiências como estas,  potencializam suas habilidades e capacidades, tornando os seres humanos mais sensíveis e cidadãos que constroem história e cultura com significados mais profundos, e que fazem e farão diferença significativas em suas vidas e expressão sobre a realidade em que vivem.


Aos educadores (me refiro aos pais, professores e comunidade) fica o conselho: Valorizem o olhar sensível e os questionamentos das crianças, pois a curiosidade não é apenas o desejo de conhecer, é também um indicador de conhecimentos prévios, de olhar sensível a determinadas situações que lhe chama atenção. Assim fez um grande mestre fez refletir: "Essa revalorização radical do indivíduo contribuirá para a renovação qualitativa da espécie humana, servindo de alicerce a uma nova civilização". Milton Santos (p.169)*.
Fig. 5 e 6: Mobilização e panfletagem feita pelas crianças
e professoras da Creche Sonho.



Por Claudinéia Barbosa

*SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal / Milton Santos. 3a ed. – Rio de Janeiro: Record, 2000