domingo, 22 de dezembro de 2013

Relacionamento Família-Escola [1]



Claudinéia da Silva Barbosa [2]
                                                                                                                 azulestrelar@yahoo.com.br

 
Como pode ser percebida nos estudos anteriores, a concepção sobre o desenvolvimento social do bebê, que enquanto se constitui sujeito social, interage primeiro com a figura materna. Essa interação vai se ampliando com as demais pessoas do seu convívio mais próximo. Tendo cada qual, significativo papel para o desenvolvimento da criança. O papel da figura paterna, por exemplo, é extremamente importante no início da fase escolar, quando este deve estar mais presente, colaborando para que o vínculo mãe-bebê, mamãe-criança tenha menos impacto na separação. Como acontece nos casos em que o pai vai levar a criança para escola e observa-se que esta chora menos do que se fosse a mãe ao levá-la.

Assim como a figura paterna tem função especial que colabora no desenvolvimento da criança, outras pessoas também contribuem ao longo da interação social que a criança constrói. Mas como todo processo evolutivo, especialmente do ser humano, se dar num contexto histórico e social, é preciso considerar um fator muito importante no desenvolvimento infantil. As configurações familiares na sociedade contemporânea. Esse é um dos principais fatores que a escola precisa ter em vista desde quando prepara suas propostas e prática educativas para atender as crianças até o contato mais próximo com as famílias.

 Os encontros entre família e escola são importantíssimos para o bom relacionamento dialógico e consequentemente para o desenvolvimento da criança. Estes momentos se configuram em reuniões para trocas de informações, que podem ser solicitados pela família ou pela escola. É bastante comum a equipe pedagógica chamar a família para reuniões ao longo do ano letivo. Atualmente estas reuniões estão se ampliando atendendo aos variados assuntos que objetivam a interação família-escola. A entrevista inicial, as entrevistas de trocas de informações sobre o desenvolvimento da criança tem sido uma prática da iniciativa escolar. Observando um fator característico da sociedade contemporânea, que é o pouco tempo dos pais para estar com seus filhos. A responsabilidade do cuidado e educação tem sido apoiada muitas vezes na escola.  Daí a preocupação dos profissionais docentes buscar conhecer melhor a criança e a família através de reuniões e entrevistas.

Atentos para sensível cuidado ao indagar aos pais, compreendendo o quanto eles conhecem sobre o desenvolvimento do filho, na entrevista escolar é preciso ter ainda a compreensão de como está o relacionamento entre pais e filhos, considerando a configuração familiar, as expectativas dos pais em relação aos filhos e entender os mecanismos de defesa. Este conhecimento pode ser adquirido através das entrevistas de trocas de informações. Especialmente as presenciais onde se estabelece o vínculo de confiabilidade.

É fundamental que ao tratar do desenvolvimento da criança, o profissional docente e/ou o psicólogo escolar expresse com precisão e cuidado, sobretudo nos casos em que o desenvolvimento está comprometido por algum fator que requeira uma atenção maior dos pais. Evitando com isso feri-los ou causar-lhes a sensação de culpa.

Esta situação se torna mais delicada ainda quando na rotina/espaço escolar há necessidade desse atendimento entre professores e pais-professores entrevistados são colegas professores/as da mesma escola, e seus filhos, também apresentam comportamentos que tragam preocupação. Outras vezes, as professoras aproveitam para tratar de assuntos particulares das crianças em horário de trabalho com a colega/professora dos filhos. Para atender esta demanda é necessário que haja acordo entre equipe pedagógica. Considerar a rotina escolar, organizando o momento adequado para que o pai e/ou mãe/professores possam ser atendidos sem comprometer seu espaço/tempo pedagógico. Para este atendimento rege os mesmos princípios de cuidados nos momentos de entrevistas, assim como as solicitações de acompanhamento por parte da família.

As solicitações de reuniões por parte dos pais/família geralmente são feitas, quando buscam ajuda profissional para falar de seus problemas. Bastante característica nos espaços clínicos.  Quando estas buscas ocorrem no espaço escolar, a equipe pedagógica deve estar organizada para este atendimento, acolhendo o que os pais/família trazem e que entendem como problema. Mediar e intervir nos casos que sejam da atribuição e responsabilidade escolar. E encaminhar para quem de direito, os casos que forem identificados pela escola, mas que estão para além da responsabilidade escolar, no sentido de ajudar a família e a criança. Acionando-os sempre em comum acordo com pais/ família.

Ao atender as solicitações de pais/família ou convidar estes para reuniões é necessário que se faça registros desses momentos. A equipe pedagógica precisa também ressaltar aspectos positivos tanto do desenvolvimento da criança, como do relacionamento família escola, situando com isso a necessidade de que esse vínculo família-escola precisa ser saudável e que tem como meta principal proteger e auxiliar a criança para que seu desenvolvimento seja pleno.


Artigo disponível no site:  
http://pt.slideshare.net/azulestrelar/relacionamento-famlia-escola-claudinia-da-silva-barbosa-010913       



[1] Atividade do Módulo VII do curso Psicologia Escolar na Educação Infantil. Coordenado pela Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock. Centro de Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar – CAPE / Núcleo de Educação à Distância. 01.09.2013
[2] Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2012) e Especialista em Educação Infantil pela Universidade Internacional de Curitiba – UNINTER (2013).
[3] Imagem de Elena Kucharik

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