Claudinéia da Silva Barbosa[2]
Não é à toa que uma criança que não se sente levada a sério em sua
brincadeira, naturalmente ela diz: “Eu não vou mais brincar com você.” Nas
entrelinhas a criança expressa inúmeros sentimentos. Também considero a
brincadeira/brinquedo como uma forma de linguagem e comunicação expressa e
compreendida no universo das infâncias em suas diferentes fases.
Crianças precisam ter acesso aos brinquedos e brincadeiras da sua geração,
da sua cultura, sejam eles sofisticados ou não. Primeiro porque elas são sujeitos
históricos e de direitos. E no mais, porque precisam vivenciar as situações
lúdicas em toda sua plenitude. Isso não significa, porém que a família tenha
que sacrificar-se para comprar brinquedos sofisticados e caros como em muitos
casos, sugere a lógica capital das datas comemorativas.
Brinquedo na perspectiva de ser “bom presente” se traduz na funcionalidade
que ele proporciona enquanto recurso lúdico, ou seja, que permitam a criança
expressar suas intencionalidades, criatividade, que provoque interatividade,
desperte a curiosidade, entre outras. E que, sobre tudo estimule as infinitas
possibilidades que o brincante tem de criar durante a brincadeira. É importante
também pensar qual a fase de desenvolvimento e simbolismo em que a criança se
encontra para dar-lhe um brinquedo. Algo que seja significativo e de escolha da
criança sempre é a opção mais acertada.
Uma atividade essencialmente natural e que não é atributo apenas da espécie
humana, o brincar proporciona descobertas e como Bock[3]
menciona, “brincar é sinônimo de saúde”. E, como toda ação potencial, passa por
processos de maturação. O brincar evolui de acordo com o desenvolvimento do
brincante, pois, como um jogo simbólico, por exemplo, entre o bebê e a mãe,
passa a ser comunicação e vai se maturando, gerando descobertas e se recriando.
Proporcionando aprendizado. Conforme Winnicott (p. 88) “[...] as brincadeiras
servem de elo entre a relação do indivíduo com a realidade interior e entre o
indivíduo com a realidade externa ou compartilhada.”
Os conceitos trazidos por Winnicott sobre a maternagem ou holding, que dá
ao responsável pela criança a função real de mãe, ou seja, que proporciona o
cuidado afetivo de que o bebê precisa é altamente relevante para os
profissionais envolvidos no trabalho com a primeira infância. Outro
conhecimento tão relevante quanto este, é o conceito de objeto transicional.
Que dar aos profissionais a possibilidades de ampliar o olhar sensível sobre a
importância do brincar/brinquedo para a infância.
Publicado no site:
http://www.slideshare.net/azulestrelar/brincadeira-coisa-sria-claudinia-barbosa-curso-de-psicologia-escolar-na-ed-infantil-atividade-mod-2
[1]
Atividade Módulo II - Desenvolvimento
Psicossocial do Pré-escolar II Estudo da Teoria de Winnicott - Curso Psicologia Escolar na
Educação Infantil. Coordenado pela Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock. Centro de
Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar – CAPE / Núcleo de Educação à Distância.
[2]
Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2012) e Especialista em
Educação Infantil pela Universidade Internacional de Curitiba – UNINTER (2013).
[3] Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock através da
vídeo aula do módulo II.
Imagem de Elena Kcharik
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