Claudinéia da Silva Barbosa[1]
O considerado progresso da contemporaneidade tem sido
paralelo a essa situação de fragilidade dos laços familiares, ou seja, justo no
momento em que a sociedade começa a construir novos conceitos e a desenvolver
um “olhar sensível” em relação à infância e suas etapas de desenvolvimento, ocorre
também o fenômeno cultural da ausência ou falta de tempo para que a família, e
mais especificamente a figura materna, esteja junto com a criança.
Para os pais e mães que trabalham e não têm tempo para
acompanhar seus filhos, restam então as alternativas de contratar uma babá ou
matricular o bebê numa creche. A escolha entre uma ou outra alternativa depende
muito da concepção de desenvolvimento infantil que os pais e as mães têm. As
duas serão apropriadas desde que os profissionais tenham a devida formação e
habilidades adequadas para cuidar e orientar a criança compreendendo as etapas
de desenvolvimento nesta fase. Esta é uma situação real. O ideal seria o bebê
estar com a família, construindo vínculos com a figura materna e ampliando suas
interações com os demais parentes.
Considerando então, a situação real, o berçário pode
ser um espaço que propicie o desenvolvimento interativo com maiores possibilidades
de estímulos, por ser um ambiente em que o bebê encontrará outros bebês, outros
adultos e diferentes experiências planejadas com intencionalidade educativa e de
descobertas. Onde será observado e avaliado em suas etapas de desenvolvimento.
Não que em casa não possa acontecer essa organização, mas, no berçário estas
experiências são sistematizadas e correspondem a uma das finalidades da
instituição. Além do mais, se considerarmos as diferentes estruturas de
famílias, compreenderemos que nem todas poderão proporcionar as experiências e
estímulos de que os bebês necessitam ao se tratar de aspectos como a maternagem
e os devidos cuidados primários que a mãe ou as mediadoras devidamente
habilitadas fazem.
Contudo é importante considerar que, mesmo a babá ou
as mediadoras que atuem nos berçários, precisam ter as habilidades de cuidado,
ressonância emocional e concordância afetiva[2] tanto
para fazer as intervenções necessárias com os bebês quanto com a família. Para atender as necessidades emocionais da
forma mais satisfatória possível. Como nos elucida, Golschmied e Jackson (2006,
p.57) “O amor é aprendido através do amar, sabemos pelo trabalho de Ruldolf
Schaffer (1977) que, ao final de seu primeiro ano, a maioria das crianças já
formou vínculos com muitas pessoas diferentes”. Percebendo que ainda que
estejam na coletividade, os bebês têm ritmo de maturação individual.
Disponível também no Site:
http://www.slideshare.net/azulestrelar/os-bebs-na-sociendade-contempornea-claudinia-barbosa-curso-de-psicologia-escolar-na-ed-infantil-atividade-do-md-3
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