terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sexualidade Infantil


As curiosidades e descoberta da sexualidade na fase infantil:
Orientações e intervenções precisam ser sensivelmente compreendidas.[1]


Psicologia Escolar na Educação Infantil
Claudinéia da Silva Barbosa[2]

 
 Conforme a teoria de Freud sobre a sexualidade infantil, a fase fálica ou edípica revela-se por volta dos três a seis anos, fase em que a libido está centrada nas zonas genitais. Por isso as curiosidades e descobertas das crianças estão voltadas para estas questões.

O contato entre as crianças através dos olhares, dos abraços e até mesmo dos beijinhos ocorrem em diferentes níveis desde os momentos espontâneos aos momentos que caracterizam estimulação precoce. Estes diferentes níveis de intencionalidades precisam ser observados e interpretados pelos docentes sob a ótica do desenvolvimento infantil. Cabendo aos docentes a responsabilidade de perceber estas intenções e orientar de forma adequada fazendo as intervenções necessárias com o objetivo de mediar o desenvolvimento das crianças sem prejuízos ou danos.

Conforme as orientações dos referenciais curriculares nacionais para a educação infantil, a sexualidade na infância deve ser conteúdo integrado naturalmente nas propostas pedagógicas. Em casos de comportamentos diferenciados, que apresentam sinais incomuns ao que se espera para a maturidade de uma criança, é necessário fazer investigações. Observar os indícios que aparecem no comportamento dessa criança, o que ela revela através das brincadeiras, das falas implícitas sobre as suas vivências em casa, as atitudes na interação com as outras crianças, o que revela através dos desenhos, etc. Sendo identificada a hipótese de estimulação precoce da sexualidade na criança, é preciso conversar com a família. Para juntas poderem estabelecer formas de observação, cuidado e intervenção.

Quando mais de uma criança na fase de cinco anos, por exemplo, estão revelando curiosidades em relação ao seu corpo e interagindo com outras, buscando referencias no corpo de outras, e buscam fazer isso escondido, é preciso atenção. Pois mesmo que seja curiosidade típica da fase, estas crianças revelam que já compreendem que não podem tocar no corpo do colega e por isso o fazendo escondido. Faz entender que de alguma forma foram “reprimidas” ou orientadas sob a ótica de proibição, direta ou indiretamente. Assim como são estimuladas direta ou indiretamente pela mídia, pelo comportamento dos adultos com os quais convivem, por determinadas expressões culturais através das músicas e danças erotizadas, que sob determinado ponto de vista, naturalizou gestos e comportamentos erotizados.

Toda vivência cultural é experienciada também na escola. Trazida para a escola e levada da escola. Os educadores veem-se no grande desafio de mediar e intervir nos comportamentos excessivos, seja nas questões sobre a violência, seja nas questões sobre a sexualidade, entre outras, tendo como foco a aprendizagem significativa centrada no desenvolvimento da criança ou adolescente.

E no caso outro aluno que frequentemente se masturba na pracinha e, às vezes, em sala de aula, deixando os outros colegas muito agitados ao ponto de se expressarem dizendo: - Olha profi, o Diego tá fazendo aquilo de novo! O menino mesmo assim continua se manipulando.

A intervenção aqui seria inicialmente é necessário fazer investigações mais aprofundadas do que no caso das crianças que estão demonstrando curiosidades. Pois nesta situação o aluno já está demonstrando práticas abertamente. A investigação precisa ser feita junto com a família. A professora precisa ter conhecimento sobre as políticas de proteção à criança e adolescente para poder atuar com segurança e eficiência.

Ao orientar o aluno, é necessário que faça em particular e reservadamente, buscando entender a causa e onde esta criança esta sendo estimulada. Fazer registros sobre as atitudes e as características expressas no comportamento da criança. Entrar em contato com os pais dando ciência do comportamento que a criança apresentando, trocando informações. Identificar a causa e elaborar o plano de intervenção compartilhado com os pais. Hipótese 1: Se a criança está apresentando este comportamento porque está sendo estimulado através de situações que presencia em casa, através da mídia ou situação similar, é necessário um ajuste das atitudes na família, tanto para dar o exemplo quanto para buscar orientar as atitudes da criança. Hipótese 2: Se a causa é estimulação feita por outra pessoa e se caracterizar em ou abuso, é necessário que a professora juntamente com seu coordenador, diretor e psicólogo escolar oriente a família a tomar providências cabíveis (de conselhos familiar à visitas ao psicólogo – caso não tenha esse na escola). Em casos de omissão da família, o dirigente escolar em posse de todos os registros de ocorrências deve acionar o Conselho Tutelar.

Em todas as situações incomuns que a criança apresente e que seja feita observações ou intervenções é necessário que a professora faça registros. Em casos de interlocuções com a família, o dirigente escolar também deve registrar as ocorrências. Situações incomuns no desenvolvimento da sexualidade nas crianças precisam ser estudadas e sensivelmente investigadas e mediadas. Pois podem caracterizar-se em apenas expressões do desenvolvimento que é particular para cada indivíduo, mas podem ser também a indicação de situações de abuso. Para isso as orientações e intervenções precisam ser sensivelmente compreendida e livre da postura e crença do professor.

Disponível também no Site:
http://www.slideshare.net/azulestrelar/sexualidade-infantil-claudinia-barbosa-curso-de-psicologia-escolar-na-educao-infantil-atividade-do-mdulo-4





[1] Atividade Módulo IV – Sexualidade Infantil: Entendendo a curiosidade sexual e abordando manejos dos educadores frente às perguntas e comportamentos de ordem sexual. - Curso Psicologia Escolar na Educação Infantil. Coordenado pela Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock. Centro de Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar – CAPE / Núcleo de Educação à Distância.
 
[2] Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2012) e Especialista em Educação Infantil pela Universidade Internacional de Curitiba – UNINTER (2013)

Imagens de Elena Kucharik
 


 

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