As
curiosidades e descoberta da sexualidade na fase infantil:
Orientações e
intervenções precisam ser sensivelmente compreendidas.[1]
Psicologia Escolar na Educação Infantil
Claudinéia da Silva Barbosa[2]
O contato entre as crianças através dos olhares, dos
abraços e até mesmo dos beijinhos ocorrem em diferentes níveis desde os
momentos espontâneos aos momentos que caracterizam estimulação precoce. Estes
diferentes níveis de intencionalidades precisam ser observados e interpretados
pelos docentes sob a ótica do desenvolvimento infantil. Cabendo aos docentes a
responsabilidade de perceber estas intenções e orientar de forma adequada
fazendo as intervenções necessárias com o objetivo de mediar o desenvolvimento
das crianças sem prejuízos ou danos.
Conforme as orientações dos referenciais curriculares
nacionais para a educação infantil, a sexualidade na infância deve ser conteúdo
integrado naturalmente nas propostas pedagógicas. Em casos de comportamentos
diferenciados, que apresentam sinais incomuns ao que se espera para a
maturidade de uma criança, é necessário fazer investigações. Observar os
indícios que aparecem no comportamento dessa criança, o que ela revela através
das brincadeiras, das falas implícitas sobre as suas vivências em casa, as
atitudes na interação com as outras crianças, o que revela através dos
desenhos, etc. Sendo identificada a hipótese de estimulação precoce da
sexualidade na criança, é preciso conversar com a família. Para juntas poderem
estabelecer formas de observação, cuidado e intervenção.
Quando mais de uma criança na fase de cinco anos, por
exemplo, estão revelando curiosidades em relação ao seu corpo e interagindo com
outras, buscando referencias no corpo de outras, e buscam fazer isso escondido,
é preciso atenção. Pois mesmo que seja curiosidade típica da fase, estas
crianças revelam que já compreendem que não podem tocar no corpo do colega e
por isso o fazendo escondido. Faz entender que de alguma forma foram
“reprimidas” ou orientadas sob a ótica de proibição, direta ou indiretamente.
Assim como são estimuladas direta ou indiretamente pela mídia, pelo
comportamento dos adultos com os quais convivem, por determinadas expressões
culturais através das músicas e danças erotizadas, que sob determinado ponto de
vista, naturalizou gestos e comportamentos erotizados.
Toda vivência cultural é experienciada também na
escola. Trazida para a escola e levada da escola. Os educadores veem-se no
grande desafio de mediar e intervir nos comportamentos excessivos, seja nas
questões sobre a violência, seja nas questões sobre a sexualidade, entre
outras, tendo como foco a aprendizagem significativa centrada no
desenvolvimento da criança ou adolescente.
E no caso outro aluno que frequentemente
se masturba na pracinha e, às vezes, em sala de aula, deixando os outros
colegas muito agitados ao ponto de se expressarem dizendo: - Olha profi, o
Diego tá fazendo aquilo de novo! O menino mesmo assim continua se manipulando.
A intervenção aqui seria inicialmente é
necessário fazer investigações mais aprofundadas do que no caso das crianças
que estão demonstrando curiosidades. Pois nesta situação o aluno já está
demonstrando práticas abertamente. A investigação precisa ser feita junto com a
família. A professora precisa ter conhecimento sobre as políticas de proteção à
criança e adolescente para poder atuar com segurança e eficiência.
Ao orientar o aluno, é necessário que
faça em particular e reservadamente, buscando entender a causa e onde esta
criança esta sendo estimulada. Fazer registros sobre as atitudes e as
características expressas no comportamento da criança. Entrar em contato com os
pais dando ciência do comportamento que a criança apresentando, trocando
informações. Identificar a causa e elaborar o plano de intervenção
compartilhado com os pais. Hipótese 1: Se a criança está apresentando este
comportamento porque está sendo estimulado através de situações que presencia
em casa, através da mídia ou situação similar, é necessário um ajuste das
atitudes na família, tanto para dar o exemplo quanto para buscar orientar as
atitudes da criança. Hipótese 2: Se a causa é estimulação feita por outra
pessoa e se caracterizar em ou abuso, é necessário que a professora juntamente
com seu coordenador, diretor e psicólogo escolar oriente a família a tomar
providências cabíveis (de conselhos familiar à visitas ao psicólogo – caso não
tenha esse na escola). Em casos de omissão da família, o dirigente escolar em
posse de todos os registros de ocorrências deve acionar o Conselho Tutelar.
Em todas as situações incomuns que a
criança apresente e que seja feita observações ou intervenções é necessário que
a professora faça registros. Em casos de interlocuções com a família, o
dirigente escolar também deve registrar as ocorrências. Situações incomuns no
desenvolvimento da sexualidade nas crianças precisam ser estudadas e
sensivelmente investigadas e mediadas. Pois podem caracterizar-se em apenas
expressões do desenvolvimento que é particular para cada indivíduo, mas podem
ser também a indicação de situações de abuso. Para isso as orientações e
intervenções precisam ser sensivelmente compreendida e livre da postura e
crença do professor.
Disponível também no Site:
http://www.slideshare.net/azulestrelar/sexualidade-infantil-claudinia-barbosa-curso-de-psicologia-escolar-na-educao-infantil-atividade-do-mdulo-4
[1] Atividade Módulo IV – Sexualidade Infantil: Entendendo a curiosidade sexual e abordando manejos dos educadores frente às perguntas e comportamentos de ordem sexual. - Curso Psicologia Escolar na Educação Infantil. Coordenado pela Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock. Centro de Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar – CAPE / Núcleo de Educação à Distância.
[2]
Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2012) e Especialista em
Educação Infantil pela Universidade Internacional de Curitiba – UNINTER (2013)
Imagens de Elena Kucharik
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