Claudinéia
da Silva Barbosa [2]
azulestrelar@yahoo.com.br
Como pode ser percebida nos estudos anteriores, a concepção sobre o
desenvolvimento social do bebê, que enquanto se constitui sujeito social,
interage primeiro com a figura materna. Essa interação vai se ampliando com as
demais pessoas do seu convívio mais próximo. Tendo cada qual, significativo
papel para o desenvolvimento da criança. O papel da figura paterna, por
exemplo, é extremamente importante no início da fase escolar, quando este deve
estar mais presente, colaborando para que o vínculo mãe-bebê, mamãe-criança
tenha menos impacto na separação. Como acontece nos casos em que o pai vai levar
a criança para escola e observa-se que esta chora menos do que se fosse a mãe
ao levá-la.
Assim como a figura paterna tem função especial que colabora no
desenvolvimento da criança, outras pessoas também contribuem ao longo da
interação social que a criança constrói. Mas como todo processo evolutivo,
especialmente do ser humano, se dar num contexto histórico e social, é preciso
considerar um fator muito importante no desenvolvimento infantil. As
configurações familiares na sociedade contemporânea. Esse é um dos principais
fatores que a escola precisa ter em vista desde quando prepara suas propostas e
prática educativas para atender as crianças até o contato mais próximo com as
famílias.
Os encontros entre família e escola
são importantíssimos para o bom relacionamento dialógico e consequentemente
para o desenvolvimento da criança. Estes momentos se configuram em reuniões
para trocas de informações, que podem ser solicitados pela família ou pela escola.
É bastante comum a equipe pedagógica chamar a família para reuniões ao longo do
ano letivo. Atualmente estas reuniões estão se ampliando atendendo aos variados
assuntos que objetivam a interação família-escola. A entrevista inicial, as entrevistas
de trocas de informações sobre o desenvolvimento da criança tem sido uma
prática da iniciativa escolar. Observando um fator característico da sociedade
contemporânea, que é o pouco tempo dos pais para estar com seus filhos. A
responsabilidade do cuidado e educação tem sido apoiada muitas vezes na escola.
Daí a preocupação dos profissionais
docentes buscar conhecer melhor a criança e a família através de reuniões e
entrevistas.
Atentos para sensível cuidado ao indagar aos pais, compreendendo o quanto
eles conhecem sobre o desenvolvimento do filho, na entrevista escolar é preciso
ter ainda a compreensão de como está o relacionamento entre pais e filhos,
considerando a configuração familiar, as expectativas dos pais em relação aos
filhos e entender os mecanismos de defesa. Este conhecimento pode ser adquirido
através das entrevistas de trocas de informações. Especialmente as presenciais
onde se estabelece o vínculo de confiabilidade.
É fundamental que ao tratar do desenvolvimento da criança, o profissional
docente e/ou o psicólogo escolar expresse com precisão e cuidado, sobretudo nos
casos em que o desenvolvimento está comprometido por algum fator que requeira
uma atenção maior dos pais. Evitando com isso feri-los ou causar-lhes a
sensação de culpa.
Esta situação se torna mais delicada ainda quando na rotina/espaço escolar
há necessidade desse atendimento entre professores e pais-professores entrevistados
são colegas professores/as da mesma escola, e seus filhos, também apresentam
comportamentos que tragam preocupação. Outras vezes, as professoras aproveitam
para tratar de assuntos particulares das crianças em horário de trabalho com a
colega/professora dos filhos. Para atender esta demanda é necessário que haja
acordo entre equipe pedagógica. Considerar a rotina escolar, organizando o
momento adequado para que o pai e/ou mãe/professores possam ser atendidos sem
comprometer seu espaço/tempo pedagógico. Para este atendimento rege os mesmos
princípios de cuidados nos momentos de entrevistas, assim como as solicitações
de acompanhamento por parte da família.
As solicitações de reuniões por parte dos pais/família geralmente são
feitas, quando buscam ajuda profissional para falar de seus problemas. Bastante
característica nos espaços clínicos. Quando
estas buscas ocorrem no espaço escolar, a equipe pedagógica deve estar
organizada para este atendimento, acolhendo o que os pais/família trazem e que
entendem como problema. Mediar e intervir nos casos que sejam da atribuição e
responsabilidade escolar. E encaminhar para quem de direito, os casos que forem
identificados pela escola, mas que estão para além da responsabilidade escolar,
no sentido de ajudar a família e a criança. Acionando-os sempre em comum acordo
com pais/ família.
Ao atender as solicitações de pais/família ou convidar estes para reuniões
é necessário que se faça registros desses momentos. A equipe pedagógica precisa
também ressaltar aspectos positivos tanto do desenvolvimento da criança, como
do relacionamento família escola, situando com isso a necessidade de que esse
vínculo família-escola precisa ser saudável e que tem como meta principal
proteger e auxiliar a criança para que seu desenvolvimento seja pleno.
Artigo disponível no site:
http://pt.slideshare.net/azulestrelar/relacionamento-famlia-escola-claudinia-da-silva-barbosa-010913
Artigo disponível no site:
http://pt.slideshare.net/azulestrelar/relacionamento-famlia-escola-claudinia-da-silva-barbosa-010913
[1]
Atividade do Módulo VII do curso Psicologia Escolar na
Educação Infantil. Coordenado pela Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock. Centro de
Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar – CAPE / Núcleo de Educação à Distância.
01.09.2013
[2] Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2012) e Especialista em
Educação Infantil pela Universidade Internacional de Curitiba – UNINTER (2013).
[3] Imagem de Elena Kucharik