quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Brincadeira é coisa séria! [1]

Claudinéia da Silva Barbosa[2]


Não é à toa que uma criança que não se sente levada a sério em sua brincadeira, naturalmente ela diz: “Eu não vou mais brincar com você.” Nas entrelinhas a criança expressa inúmeros sentimentos. Também considero a brincadeira/brinquedo como uma forma de linguagem e comunicação expressa e compreendida no universo das infâncias em suas diferentes fases.
          Crianças precisam ter acesso aos brinquedos e brincadeiras da sua geração, da sua cultura, sejam eles sofisticados ou não. Primeiro porque elas são sujeitos históricos e de direitos. E no mais, porque precisam vivenciar as situações lúdicas em toda sua plenitude. Isso não significa, porém que a família tenha que sacrificar-se para comprar brinquedos sofisticados e caros como em muitos casos, sugere a lógica capital das datas comemorativas.
 
Brinquedo na perspectiva de ser “bom presente” se traduz na funcionalidade que ele proporciona enquanto recurso lúdico, ou seja, que permitam a criança expressar suas intencionalidades, criatividade, que provoque interatividade, desperte a curiosidade, entre outras. E que, sobre tudo estimule as infinitas possibilidades que o brincante tem de criar durante a brincadeira. É importante também pensar qual a fase de desenvolvimento e simbolismo em que a criança se encontra para dar-lhe um brinquedo. Algo que seja significativo e de escolha da criança sempre é a opção mais acertada.

Uma atividade essencialmente natural e que não é atributo apenas da espécie humana, o brincar proporciona descobertas e como Bock[3] menciona, “brincar é sinônimo de saúde”. E, como toda ação potencial, passa por processos de maturação. O brincar evolui de acordo com o desenvolvimento do brincante, pois, como um jogo simbólico, por exemplo, entre o bebê e a mãe, passa a ser comunicação e vai se maturando, gerando descobertas e se recriando. Proporcionando aprendizado. Conforme Winnicott (p. 88) “[...] as brincadeiras servem de elo entre a relação do indivíduo com a realidade interior e entre o indivíduo com a realidade externa ou compartilhada.”
Os conceitos trazidos por Winnicott sobre a maternagem ou holding, que dá ao responsável pela criança a função real de mãe, ou seja, que proporciona o cuidado afetivo de que o bebê precisa é altamente relevante para os profissionais envolvidos no trabalho com a primeira infância. Outro conhecimento tão relevante quanto este, é o conceito de objeto transicional. Que dar aos profissionais a possibilidades de ampliar o olhar sensível sobre a importância do brincar/brinquedo para a infância.

Publicado no site:
http://www.slideshare.net/azulestrelar/brincadeira-coisa-sria-claudinia-barbosa-curso-de-psicologia-escolar-na-ed-infantil-atividade-mod-2



[1] Atividade Módulo II - Desenvolvimento Psicossocial do Pré-escolar II Estudo da Teoria de Winnicott - Curso Psicologia Escolar na Educação Infantil. Coordenado pela Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock. Centro de Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar – CAPE / Núcleo de Educação à Distância.
[2] Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2012) e Especialista em Educação Infantil pela Universidade Internacional de Curitiba – UNINTER (2013).
[3] Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock através da vídeo aula do módulo II.

Imagem de Elena Kcharik

Historia linda e ecologicamente correta!

Você já se perquntou: Porque Preservar a Natureza?

 
Olá colegas! Vim aqui correndo postar esse livro maravilhoso que
Coordenador Gilmar Barreto sugere...
 
Trata de temas relevantes sobre o cuidado que devemos ter com a Natureza.
Considerando também que nesta obra os assuntos que são discutidos apresentam-se em aulas passeio.
 
Bjins! 
E não deixem de conferir.
Att Claudinéia Barbosa

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Bebê e Mamãe: Primeiro Vínculo Social [1]


Psicologia Escolar na Educação Infantil
Claudinéia da Silva Barbosa[2]
 
 
A primeira linguagem do ser humano é configurada através das expressões e vínculos afetivos. No texto o “Bebê é inteligente”, Kramer apresenta o que o título já diz, reconhecendo de fato que o bebê é uma pessoa. Ainda nos instiga quando questiona: “[...] Será que um bebê é de algumas semanas é capaz de ligar uma manifestação isolada (o som da voz, por exemplo) a um todo (uma pessoa)?” (p. 40- 41). E vai mais profundo ainda, com a questão: “Como ele poderá comunicar a urgência e a natureza de seus desejos e necessidades a outro, prevendo que esse outro será capaz de reconhecê-los, aceitá-los e depois satisfazê-los?” (p.46). São reflexões altamente relevantes para compreendermos como se dar o desenvolvimento do ser infante desde os seus primeiros meses de vida, e que precisam ser considerados em todas as áreas de atuação que envolve o atendimento ao ser humano. E de acordo com teoria sistêmica não estamos isolados, mas nos desenvolvemos através de uma interação dinâmica e interdependente a partir de diversos fatores que compõem um sistema social. 
 
Kramer desenvolve ao longo de seu texto, a concepção sobre o desenvolvimento social do bebê em quanto sujeito que interage primeiro com a figura materna. É o vínculo mãe-bebê que estabelece a construção de uma comunicação que vai se maturando através das trocas, desenvolvendo o que Freud chamou de vínculo simbiótico – acontece quando mãe e bebê são próximos – e a figura materna sabe distinguir os sinais emitidos pelo filho (choros) e o acolhe, correspondendo seus desejos. Estabelece-se aí a comunicação. Que vai se maturando ou como menciona Kramer, “ampliando o vocabulário”. Essa comunicação é alimentada pelo nível de relação afetiva que é construído. E em nível de relação e comunicação estão inteiramente dependentes os aspectos que fazem parte do desenvolvimento infantil.  

A figura materna é essencialmente importante para a constituição do bebê enquanto ser social. Pois é esta a primeira referência de outro que o bebê constrói. Quando em determinada etapa de seu desenvolvimento, compartilham o que Kramer chamou de “sintonia interacional” (p.48) quando estabelecem as interações e intenções. As atitudes da mãe em resposta aos gestos do bebê, ver se aí a comunicação e a estimulação que já se configura com novos elementos além da voz e do toque, mas com a imagem e expressões faciais, mímicas. O que provavelmente evoluirão para cantigas, movimentos corporais mais amplos.

Segundo autora, para que o bebê esteja sensível às mensagens da mãe. Estas mensagens precisam ser repetidas e que eles tenham estabelecido um vínculo. O que nem sempre foi considerado. Esta é uma concepção recente. Aliás, a concepção sobre infâncias, sobre crianças num processo educativo, por exemplo, ainda são relativamente recentes na sua historia e trajetória. Houve um momento na historia que as crianças eram consideradas adultas em miniaturas. Não eram compreendidas em suas especificidades na perspectiva de desenvolvimento. As concepções vêm passando por mudanças a cada época. Atualmente, por exemplo, a experiência educacional com crianças é responsabilidade que precisa ser compartilhada com a família e a sociedade. Os eixos que fundamentam a educação para as infâncias são as brincadeiras e interações, pautadas na indissociabilidade das dimensões cuidar e educar.

Entre outras discussões mais recente ainda, esta primeira etapa da educação básica, precisa ter um currículo específico organizado e que atenda as demandas de acordo com o contexto em que está inserido. Ou seja, há um novo olhar sobre o desenvolvimento infantil que precisa ser redimensionado na formação do profissional que atua diretamente com as infâncias. Sobretudo com a primeira infância, esta fase delicada e extremamente importante no desenvolvimento do ser humano, a qual Kramer, apresenta a figura e vínculo materno como elemento essencial para o desenvolvimento do bebê.

Considerando as observações e pesquisas que tenho feito na minha prática, estudos e interatividade com as crianças, profissionais docentes e coordenadores pedagógicos das Instituições de Educação Infantil da rede municipal, através do acompanhamento e apoio técnico pedagógico da Secretaria de Educação em que trabalho, e também meu olhar sensível às necessidades que apresentam, considera que ainda há muitas possibilidades de conhecimento e práticas que precisam ser garantidos e que os desafios a serem superados.

A começar pela sensibilização e atuação do sistema público ampliando o que já oferece como de formação continuada e acompanhamento das ações. Sistematizando os saberes e monitorando as práticas. Formando a equipe multidisciplinar, disponibilizando por exemplo, de profissionais como Psicólogo Escolar, Assistente Social, Nutricionista, Pediatra, entre outros ligados ao atendimento às infâncias. Efetivando assim, o que chamamos de atendimento de qualidade. Investir na formação dos profissionais de órgão central, para que estes possam promover a formação e o acompanhamento das ações aos profissionais da própria rede. Promover um acompanhamento e orientação familiar mais próximo. Efetivando de fato a responsabilidade social de cada profissional do setor público.

Com isso, é possível considerar que cada nível de atendimento estaria mais bem habilitado e envolvido ao que compete a sua pesquisa, estudo e atuação social. Os conceitos apresentados por Kramer, a partir de seus estudos sobre o vínculo mamãe e bebê é conteúdo que precisa, por exemplo, ser conhecido e refletido por todos desde a família enquanto membros da comunidade civil à todos os profissionais e pesquisadores envolvidos no poder público ou privado. Porque se trata de um novo paradigma. Um novo conceito sobre bebê, que como um ser social não deve ser considerado isolado, e, portanto, está sobre a nossa responsabilidade.

Publicado no site:


[1] Analise crítica do texto “O Bebê é Inteligente” de Kramer, relacionando aspectos do texto com experiência pessoal, profissional, fatos, pesquisas, questões culturais, opiniões pessoais; com atividade do curso Psicologia Escolar na Educação Infantil. Coordenado pela Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock. Centro de Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar – CAPE / Núcleo de Educação à Distância.
 
[2] Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2012) e Especialista em Educação Infantil pela Universidade Internacional de Curitiba – UNINTER (2013).

Imagem de Elena Kucharik




segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Afetividade na Creche: Reflexões sobre as emoções.


Excelente artigo de Mariana Roncarati[1]

 
Olá amigos e amigas! Acabei de ler esse e gostaria de compartilhar com vocês!
A autora faz refletir sobre qual o papel das emoções nas práticas educativas.
Abordando questões como: Qual a função e atividade docente no trabalho com as questões emocionais?

“A disponibilidade e a competência afetiva podem ajudar o professor a compreender o sentido das expressões emocionais da criança.” RONCARATI (2013, p. 45)[2]

 Além de discutir pontos relevantes como:

·         Disponibilidade para acolher as manifestações afetivas;
·         Integrando as emoções às práticas cotidianas;
·         Função social das emoções;
·         Atividade docente de corpo inteiro.

Confiram!
 






 



[1] Mestre em Educação pela UNIRIO, professora do curso de especialização em Educação Infantil da PUC-RIO e pesquisadora dos grupos de pesquisa INFOC (PUC-Rio) e GREIPP (UNIRIO).
[2] Revista Presença Pedagógica  VOL 19 N. 109 JAN/FEV. 2013 – Editora Dimensão www.presenncapedagogica.com.br

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Instrumentos e Recursos utilizados na Avaliação das Crianças na Educação Infantil

Claudinéia da Silva Barbosa
 
Estamos vivenciando uma fase marcante no sistema educacional com a reafirmação da importância da Educação para a Infância. Entre tantas possibilidades e desafios, uma discussão muito interessante é sobre a avaliação do desenvolvimento global na infância. As bases teóricas para que essa prática se torne consistente já são asseguradas. E quais seriam os instrumentos e recursos para que a prática avaliativa da Educação Infantil se realize? Este é o assunto que venho tratar com vocês.  
 
As atuais discussões acerca desse assunto apontam diferentes procedimentos de acompanhamento pedagógico que se configuram na organização de instrumentos e recursos utilizados na Prática Avaliativa para o Desenvolvimento Global das Crianças na Educação Infantil.
 
Como instrumentos há o Portfólio da Criança, As Fichas com Indicadores de Aprendizagem, Os Pareceres Descritivos ou Relatórios. Estes dois últimos fazem parte dos componentes que junto a outros componentes constituem o Diário Escolar específico para a Educação Infantil.



Confira o artigo completo através do link:
http://www.slideshare.net/azulestrelar/instrumentos-e-recursos-utilizados-na-avaliao-das-crianas-na-educao-infantil-claudinia-da-silva-barbosa-2013


Desejo instigá-las! Aguardo seus comentários!
By Claudinéia


Imagem de Elena Kucharik

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Hospital de Brinquedos!

Oi pessoal!
Vim aqui correndo compartilhar uma notícia legal para vocês!
Vejam!
 
 
Não precisa mais ficar triste se seu brinquedo favorito está dodói!
Procurem Dra Fátima que ela cuidará com carinho para você!
 
Bjins! E melhoras pro seu brinquedo! Bye!
Claudinéia
 
 
 
 

quarta-feira, 17 de julho de 2013

É preciso reciclar!

Turma da Mônica
 
 
 
Oiê! Boa noite para vocês!
Como estão com o Projeto Sustentabilidade?
Temática instigante, não é!?
Vim compartilhar esse vídeo lindo que a Professora Karla Carvalho sugeriu!
Tenho certeza que vão gostar. Eu adorei!
 
Obrigada! E um grande abraço Karla e Edilaine!
E um monte de beijinhos para as crianças!
 
 
Aproveitem o máximo! Comentem, sugiram e compartilhem!
Esse é o  espaço para ampliarmos nossa interatividade.
 


Avaliação na Educação Infantil


 
 
Disponível no meu site:
 
 

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A menina achava que não gostava da natureza


A Natureza
 

Claudia Schmidt
 

-Não, mãe. Não vou molhar as plantas. Não gosto da natureza!

-Mas, filha, a natureza não são apenas as plantas. A natureza foi criada por Deus e é um presente. Ela inclui as plantas, os animais, as flores, a água, o ar, a chuva, o mar, o céu, as nuvens...

- Não me interessa, mãe. Por mim a natureza não precisava existir.

A mãe de Márcia silenciou por alguns minutos.

- E se ela não existisse pra você, por um dia?

- Por mim tudo bem, retrucou a garota. Seria muito bom.

- Então está combinado. Amanhã não haverá natureza na sua vida. Que tal?

Márcia desconfiou um pouco da proposta da mãe, mas concordou. Ela achou que seria bom não ter que regar as plantas, varrer as folhas do pátio ou cortar a grama.

No dia seguinte, quando acordou, foi lavar o rosto e escovar os dentes, mas não havia água. Foi colocar o seu uniforme da Escola, mas não achou a camiseta. Chegando na cozinha, não encontrou seu café pronto. Na mesa apenas um bilhete:

O leite vem da vaca. O açúcar tem sua origem na cana-de-açúcar e o café é uma planta também. O pão vem do trigo e as frutas também tem sua origem na natureza."

Márcia achou bom poder sair sem tomar café, pois estava sem fome mesmo e a mãe não insistiria para ela comer. Perguntou pela camiseta do uniforme, mas a mãe respondeu que era de algodão, que era uma planta e que, portanto, não poderia vesti-la naquele dia. Sentiu falta de Vivi, sua gata, que sempre lhe dava bom-dia com um carinho especial, mas logo ficou sabendo que ela estava passando o dia na vizinha, pois os animais eram parte da natureza.

Quando entrou no carro a garota achou engraçado a mãe lhe dizer para ir de olhos fechados até a escola, mas ficou sabendo que era para não ver as árvores e as flores que deixavam o caminho tão bonito na primavera.

Na escola, quando abriu a mochila não encontrou seu caderno e os lápis, mas apenas um bilhete:

"O caderno e o lápis vêm das árvores. Um beijo. Sua mãe."

Chateada, pediu uma folha e um lápis emprestado. Na hora do recreio, no lugar de seu lanche havia outro bilhete:

"Não achei nada para você comer que não viesse da natureza. Sinto muito."

Ao chegar em casa, sentiu o cheiro do almoço e foi conversar com sua mãe.

Neste momento da história o mediador pode questionar:
O que vocês acham que ela fez? O que vocês fariam?

Ela estava com fome e arrependida da bobagem que disse no dia anterior. Enquanto ela conversava com a mãe, admitindo que não podia viver sem a natureza, Vivi, a gata, veio lhe dar as boas-vindas.

A mãe abraçou carinhosamente a filha e pediu que ela fizesse a prece antes do almoço, como era costume da família. Naquele dia, Márcia pediu perdão a Deus e agradeceu ao Criador por Ele ter criado a natureza, pois percebeu que ela é um presente de Deus para os seres humanos, e que sem ela não seria possível viver neste planeta.
 
Texto de Cláudia Schmidt