Como pode ser percebida nos estudos anteriores, a concepção sobre o
desenvolvimento social do bebê, que enquanto se constitui sujeito social,
interage primeiro com a figura materna. Essa interação vai se ampliando com as
demais pessoas do seu convívio mais próximo. Tendo cada qual, significativo
papel para o desenvolvimento da criança. O papel da figura paterna, por
exemplo, é extremamente importante no início da fase escolar, quando este deve
estar mais presente, colaborando para que o vínculo mãe-bebê, mamãe-criança
tenha menos impacto na separação. Como acontece nos casos em que o pai vai levar
a criança para escola e observa-se que esta chora menos do que se fosse a mãe
ao levá-la.
Assim como a figura paterna tem função especial que colabora no
desenvolvimento da criança, outras pessoas também contribuem ao longo da
interação social que a criança constrói. Mas como todo processo evolutivo,
especialmente do ser humano, se dar num contexto histórico e social, é preciso
considerar um fator muito importante no desenvolvimento infantil. As
configurações familiares na sociedade contemporânea. Esse é um dos principais
fatores que a escola precisa ter em vista desde quando prepara suas propostas e
prática educativas para atender as crianças até o contato mais próximo com as
famílias.
Os encontros entre família e escola
são importantíssimos para o bom relacionamento dialógico e consequentemente
para o desenvolvimento da criança. Estes momentos se configuram em reuniões
para trocas de informações, que podem ser solicitados pela família ou pela escola.
É bastante comum a equipe pedagógica chamar a família para reuniões ao longo do
ano letivo. Atualmente estas reuniões estão se ampliando atendendo aos variados
assuntos que objetivam a interação família-escola. A entrevista inicial, as entrevistas
de trocas de informações sobre o desenvolvimento da criança tem sido uma
prática da iniciativa escolar. Observando um fator característico da sociedade
contemporânea, que é o pouco tempo dos pais para estar com seus filhos. A
responsabilidade do cuidado e educação tem sido apoiada muitas vezes na escola.
Daí a preocupação dos profissionais
docentes buscar conhecer melhor a criança e a família através de reuniões e
entrevistas.
Atentos para sensível cuidado ao indagar aos pais, compreendendo o quanto
eles conhecem sobre o desenvolvimento do filho, na entrevista escolar é preciso
ter ainda a compreensão de como está o relacionamento entre pais e filhos,
considerando a configuração familiar, as expectativas dos pais em relação aos
filhos e entender os mecanismos de defesa. Este conhecimento pode ser adquirido
através das entrevistas de trocas de informações. Especialmente as presenciais
onde se estabelece o vínculo de confiabilidade.
É fundamental que ao tratar do desenvolvimento da criança, o profissional
docente e/ou o psicólogo escolar expresse com precisão e cuidado, sobretudo nos
casos em que o desenvolvimento está comprometido por algum fator que requeira
uma atenção maior dos pais. Evitando com isso feri-los ou causar-lhes a
sensação de culpa.
Esta situação se torna mais delicada ainda quando na rotina/espaço escolar
há necessidade desse atendimento entre professores e pais-professores entrevistados
são colegas professores/as da mesma escola, e seus filhos, também apresentam
comportamentos que tragam preocupação. Outras vezes, as professoras aproveitam
para tratar de assuntos particulares das crianças em horário de trabalho com a
colega/professora dos filhos. Para atender esta demanda é necessário que haja
acordo entre equipe pedagógica. Considerar a rotina escolar, organizando o
momento adequado para que o pai e/ou mãe/professores possam ser atendidos sem
comprometer seu espaço/tempo pedagógico. Para este atendimento rege os mesmos
princípios de cuidados nos momentos de entrevistas, assim como as solicitações
de acompanhamento por parte da família.
As solicitações de reuniões por parte dos pais/família geralmente são
feitas, quando buscam ajuda profissional para falar de seus problemas. Bastante
característica nos espaços clínicos. Quando
estas buscas ocorrem no espaço escolar, a equipe pedagógica deve estar
organizada para este atendimento, acolhendo o que os pais/família trazem e que
entendem como problema. Mediar e intervir nos casos que sejam da atribuição e
responsabilidade escolar. E encaminhar para quem de direito, os casos que forem
identificados pela escola, mas que estão para além da responsabilidade escolar,
no sentido de ajudar a família e a criança. Acionando-os sempre em comum acordo
com pais/ família.
Ao atender as solicitações de pais/família ou convidar estes para reuniões
é necessário que se faça registros desses momentos. A equipe pedagógica precisa
também ressaltar aspectos positivos tanto do desenvolvimento da criança, como
do relacionamento família escola, situando com isso a necessidade de que esse
vínculo família-escola precisa ser saudável e que tem como meta principal
proteger e auxiliar a criança para que seu desenvolvimento seja pleno.
[1]Atividade do Módulo VII do curso Psicologia Escolar na
Educação Infantil. Coordenado pela Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock. Centro de
Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar – CAPE / Núcleo de Educação à Distância.
01.09.2013
[2] Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2012) e Especialista em
Educação Infantil pela Universidade Internacional de Curitiba – UNINTER (2013).
Comovente História escrita por Hans
Christian Andersen
Se é triste conviver com as dificuldades que as crianças vivenciam em nosso país tropical, imagine a realidade das crianças que passam por dias difíceis no inverno rigoroso?
Fazia
um frio terrível; caía a neve e estava quase escuro; a noite descia: a última
noite do ano. Em
meio ao frio e à escuridão uma pobre menininha, de pés no chão e cabeça
descoberta, caminhava pelas ruas.
Quando saiu de casa trazia chinelos; mas de
nada adiantavam, eram chinelos tão grandes para seus pequenos pézinhos, eram os
antigos chinelos de sua mãe. A menininha os perdera quando escorregara na
estrada, onde duas carruagens passaram terrivelmente depressa, sacolejando.
Um dos chinelos não mais foi encontrado, e um
menino se apoderara do outro e fugira correndo.
Depois disso a menininha caminhou de pés nus -
já vermelhos e roxos de frio. Dentro de um velho avental carregava alguns
fósforos, e um feixinho deles na mão. Ninguém lhe comprara nenhum naquele dia, e ela
não ganhara sequer um níquel. Tremendo de frio e fome, lá ia quase de rastos
a pobre menina, verdadeira imagem da miséria! Os flocos de neve lhe cobriam os longos
cabelos, que lhe caíam sobre o pescoço em lindos cachos; mas agora ela não
pensava nisso.
Luzes brilhavam em todas as janelas, e enchia
o ar um delicioso cheiro de ganso assado, pois era véspera de Ano-Novo.
Sim: nisso ela pensava!
Numa esquina formada por duas casas, uma das
quais avançava mais que a outra, a menininha ficou sentada; levantara os pés,
mas sentia um frio ainda maior.
Não ousava voltar para casa sem vender sequer
um fósforo e, portanto sem levar um único tostão.
O pai naturalmente a espancaria e, além disso,
em casa fazia frio, pois nada tinham como abrigo, exceto um telhado onde o
vento assobiava através das frinchas maiores, tapadas com palha e trapos. Suas
mãozinhas estavam duras de frio.
Ah! bem que um fósforo lhe faria bem, se ela
pudesse tirar só um do embrulho, riscá-lo na parede e aquecer as mãos à sua
luz!
Tirou um: trec! O fósforo lançou faíscas,
acendeu-se.
Era uma cálida chama luminosa; parecia uma
vela pequenina quando ela o abrigou na mão em concha... Que luz maravilhosa!
Com aquela chama acesa a menininha imaginava
que estava sentada diante de um grande fogão polido, com lustrosa base de
cobre, assim como a coifa.
Como o fogo ardia! Como era confortável!
Mas a pequenina chama se apagou, o fogão
desapareceu, e ficaram-lhe na mão apenas os restos do fósforo queimado.
Riscou um segundo fósforo. Ele ardeu, e quando a sua luz caiu em cheio na
parede ela se tornou transparente como um véu de gaze, e a menininha pôde
enxergar a sala do outro lado. Na mesa se estendia uma toalha branca como a
neve e sobre ela havia um brilhante serviço de jantar. O ganso assado fumegava
maravilhosamente, recheado de maçãs e ameixas pretas. Ainda mais maravilhoso
era ver o ganso saltar da travessa e sair bamboleando em sua direção, com a
faca e o garfo espetados no peito!
Então o fósforo se apagou, deixando à sua
frente apenas a parede áspera, úmida e fria. Acendeu outro fósforo, e se viu sentada
debaixo de uma linda árvore de Natal. Era maior e mais enfeitada do que a
árvore que tinha visto pela porta de vidro do rico negociante. Milhares de
velas ardiam nos verdes ramos, e cartões coloridos, iguais aos que se vêem nas
papelarias, estavam voltados para ela. A menininha espichou a mão para os
cartões, mas nisso o fósforo apagou-se. As luzes do Natal subiam mais altas.
Ela as via como se fossem estrelas no céu: uma delas caiu, formando um longo
rastilho de fogo.
"Alguém está morrendo", pensou a
menininha, pois sua vovozinha, a única pessoa que amara e que agora estava
morta, lhe dissera que quando uma estrela cala, uma alma subia para Deus.
Ela riscou outro fósforo na parede; ele se
acendeu e, à sua luz, a avozinha da menina apareceu clara e luminosa, muito
linda e terna.
-
Vovó! - exclamou a criança.
- Oh! leva-me contigo!
Sei que desaparecerás quando o fósforo se
apagar!
Dissipar-te-ás, como as cálidas chamas do
fogo, a comida fumegante e a grande e maravilhosa árvore de Natal!
E rapidamente acendeu todo o feixe de
fósforos, pois queria reter diante da vista sua querida vovó. E os fósforos
brilhavam com tanto fulgor que iluminavam mais que a luz do dia. Sua avó nunca
lhe parecera grande e tão bela. Tornou a menininha nos braços, e ambas voaram
em luminosidade e alegria acima da terra, subindo cada vez mais alto para onde
não havia frio nem fome nem preocupações - subindo para Deus.
Mas na esquina das duas casas, encostada na
parede, ficou sentada a pobre menininha de rosadas faces e boca sorridente, que
a morte enregelara na derradeira noite do ano velho.
O sol do novo ano se levantou sobre um pequeno
cadáver.
A criança lá ficou, paralisada, um feixe
inteiro de fósforos queimados. - Queria aquecer-se - diziam os passantes.
Porém, ninguém imaginava como era belo o que
estavam vendo, nem a glória para onde ela se fora com a avó e a felicidade que
sentia no dia do Ano Novo.
Multiplicação Inicial do curso de Capacitação de Auxiliares de Bibliotecas.
Fui convidada para realizar a contação de um história e falar sobre a importância de ler e contar histórias para as crianças pequenas, onde ressaltei que para esse público é interessante utilizar diferentes estéticas, recursos e estratégias.
Patrimônio rico e cultural da humanidade nascido a partir da sabedoria popular dos Mestres e Griôs que vão transmitido às gerações.
Apresentei uma forma de contar a história A Margarida Friorenta*
utilizando estética realista , recursos de maquete e objetos 3D e estratégia narrativa e interativa com o público ouvinte.
Realizei a contação da história e depois fomos refletir sobre quais intervenções necessárias, além da interatividade e olhar sensível junto às crianças.
Ocorreu também a oficina de produção de fantoches, com experimentações intrigantes!
Foi um momento bastante instigante!
Pois a maioria dos participantes são atuantes na área de Educação e reconhecem que ler ou contar história para crianças é realmente uma viagem fantástica.
Hum m! Nesse mês especial de festas e diversões para as crianças, as nossas novidades não param! E é claro que apreciar uma boa história faz parte dessa alegria contagiante!
Esta semana disponibilizarei livros em PDF e PPT para downloads. Aproveitem e divirtam-se com as crianças nas maravilhosas viagens que as histórias podem nos proporcionar!
Bruxa em sânscrito significa “mulher sábia”. Constam relatos de que elas existam desde os primórdios da humanidade. A primeira demonstração da arte de devoção foi encontrada em cavernas do período neolítico, onde havia ilustrações dos rituais de adoração às deusas da fertilidade dos povos primitivos. Cultuam a natureza feminina da criação e realizam rituais considerados sagrados em seus costumes e crenças. Civilizações como celtas e druidas entre outras, são as mais referendadas sobre as culturas das bruxas constituindo um modo de vida considerado pagão por ter registros datados antes da chamada era cristã.
Considerada um modo de vida, a Bruxaria ou Wicca é característica cultural e religiosa de alguns países europeus, os quais são originários dos povos Druidas e Celtas. No contexto religioso, eram sacerdotes e sacerdotisas dedicados ao aspecto feminino da divindade, a deusa mãe.Rituais de caça e cerimônias de cura sempre estiveram presentes nos símbolos e metáforas de cada cultura. A figura feminina tinha um papel preponderante.
Na Grã-Bretanha as sacerdotisas druidas e celtas estavam divididas em três classes: As que viviam em conventos num regime de celibato.As outras duas classes, que eram das sacerdotisas, podiam se casar e viver nos templos ou com os maridos e família.
Com a era do cristianismo, foram denominadas “Bruxas” significando seres heréticos, demoníacos e foram perseguidas por muito tempo. As bruxas foram implacavelmente caçadas durante a inquisição na Idade Média. Um dos métodos usados pelos inquisidores para identificar uma bruxa nos julgamentos do considerado Santo Ofício consistia na comparação do peso da ré com o peso de uma Bíblia gigante. Aquelas que fossem mais leves eram consideradas bruxas, pois dizia-se que as bruxas adquiriam uma leveza sobrenatural. Princípios como crença na reencarnação e comunicação com o mundo invisível e praticas holísticas de curas eram condenações do ponto de vista dos que queriam instituir o poder.
A Arte das Bruxas como era feita antes é chamada de Bruxaria Tradicional, ainda remanescendo até os dias atuais em grupos seletos, via de regra ocultos. Hoje também pode-se encontrar uma vasta quantidade de livros e sites que explicam a "Antiga Religião" mas geralmente se tratam de Wicca. Os rituais wiccanos contêm elementos simbólicos como o círculo, o pentagrama, a estrela de três pontas relativa a Deusa que é geralmente retratada como uma Deusa tríplice, sendo cultuada em seus três aspectos a virgindade, a fertilidade e a sabedoria; e com as energias da natureza por exemplo, os quatro elementos. Bruxas e bruxos consideram o axioma “Faça como quiser, sem prejudicar ninguém” que é a lei universal de causa e efeitos.
Análise: Como a Bruxa tem sido representada nos contos?
A afirmativa de existência de bruxas à forma retratada em registros da Idade Média, incluindo histórias infantis que permaneceram em evidência até os dias atuais, admite-se uma ressalva: elas parecem ter existido apenas no imaginário popular como uma velha louca por feitiços enigmáticos, surgidas na esteira de uma época dominada por medos. Distorcendo qualquer manifestação analítica ou mesmo a crença na existência de um modo de vida baseado em princípios como crença na reencarnação e comunicação com o mundo invisível e práticas holísticas de curas os quais incluem rituais simbólicos que motivasse a auto observação e elevação pessoal e grupal.
Assim, no imaginário popular a bruxa é concebida como uma mulher velha, nariguda e encarquilhada, exímia e contumaz manipuladora de magia negra e dotada de uma gargalhada terrível, perpetua-se nas histórias e contos em grande parte da nações. Alimentando e ampliando o preconceito com civilizações e seus princípios, atribuindo a essa figura cultural, valores inferiorizados. Demonstrando falta de respeito à diversidade, criando uma cultura de conceitos estereótipados e vazia de sentimentos. Que antes de compreender um processo antropológico, aprende a estigmatizar e repetir pontos de vistas proconceituoso.
É perceptível que para as crianças, a relação medo e aventura imaginária que se desencadeiam durante as reações no desenrolar das contações de jogos simbólicos permitidos na criação de história, tem significações para o seu desenvolvimento. Mas a conceituação atribuida ao uso da figura de um personagem cultural de forma que o denegrine é inconcebível. Semelhante processo vem ocorrendo com a figura do negro, com a figura nordestina, com padrões estéticos e de gênero enfim. Construções criativas que seduzem e estimulam o universo imaginário infanto-juvenil, mas que (as vezes sutilmente) é prejudicial à uma figura que tem valor cultural próprio.
*Temática: Análise e crítica sobre os personagens na literatura infantil. Título: A figura da bruxa nos contos de fadas - Atividade solicitada pela professora Antonilde Santos Almeida como requisito parcial de avaliação do Componente Curricular: Literatura Infanto-juvenil, VII Semestre do Curso Pedagogia: Habilitação em Docência e Gestão dos Processos Educativos – UNEB/DEDC-XIII - Itaberaba-BA. 2011.1
Hum m! Momentos Instigantes na Semana Especial das Crianças!!!
Vim eu compartilhar com vocês uma coisa intrigante e instigante!!!
Contei a história "A Fada Dia e o Duende Mante" de Kalypsa Britto
Através do Projeto "DE CONTO EM CONTO LEIO E RECONTO..." que está sendo desenvolvido na Biblioteca Municipal Antônio Dias de Andrade, para crianças das Creches e Pré Escolas da Rede Municipal de Educação.
Visita das Crianças e Equipe Pedagógica da Creche Paraíso da Criança
Técnica de Contação: Palitoches... Construídos por Hilson Ramos (Inho)
Personagens: O Duende Mante e a Fada Dia
Interessante iniciativa!
Incentivar a leitura e fruição da literatura é um dos objetivos desse projeto, assim como possibilitar às crianças momentos de divertimento e prazer na apreciação e audição de história e músicas.
As transformações sociais tem levado a família a
passar por mudanças cada vez maisvisíveis.
Isso tem influenciado na relação família-criança, na educação e no desenvolvimento
desde a primeira infância. O ingresso das crianças na vida escolar tem sido
cada vez mais cedo, inserindo-as assim no modelo de rotina do adulto. Hora de
ir para a escola, adaptação ao ambiente e à pessoas novas e consequentemente
maturação do comportamento.
Como já foi muito citada por diversos autores, a
criança tem ritmo de desenvolvimento próprio. A realidade que precisam
enfrentar diante das situações de separação devido ao ingresso e adaptação a
novos ambientes, como por exemplo, a escola, segundo Bock[3]
(1996, p. 8), “[...] dificuldade de entrar na escola deve ser vista não apenas
como uma dificuldade do aluno, mas de sua interação familiar.” O que muitas
vezes causam a preocupação nos profissionais escolares, pois isso gera
dificuldades no processo de intervenção.
A situação em que uma criança de um pouco mais que
dois anos, retornou à instituição educativa depois das férias, e que não queria entrar na sala de
aula e agarrava-se à mãe, chorando e não a deixando ir embora, deixando a mãe
preocupada porque não tinha acontecido isso antes, quando a criança tinha
entrado a primeira vez com um ano e meio. Nesta situação há fatores delicados para serem
considerados e mediados. O nível de maturidade da criança passou por mudanças,
a relação construída com a família pode ter passado por momentos marcantes de
estreitamentos (temporada de férias) entre outras situações sensíveis que
possam ter ocorrido. A intervenção mais comum a ser feita é sempre o trabalho
junto com a família desde a fase inicial de adaptação. Diálogo com a família e
com a criança é estratégia fundamental. Evitar enganar a criança e dar ciência
à família de que é preciso ter confiança na mediação escolar.
Ao receber a criança que ainda tem um vínculo muito
forte com a mãe, é necessário que conversar com a família, conscientizando de
que o comportamento da criança é natural e alcançará maturação em seu tempo, e
o que a família pode fazer para ajudar nesse processo é trazer a figura paterna
para está mais presente neste momento. Por exemplo, o pai levará a criança para
escola, e mãe poderá buscá-la. Criar combinados com a criança, quanto a essa
organização e cumprir o que foi acordado.
Quanto à situação em que a mãe, para ter certeza que a filha não
sofria, vinha dar um “tchauzinho”, pois também não queria sair sem que ela
soubesse, como se estivesse enganado a filha. Tem um lado positivo que é a
compreensão de que não se pode mentir para a criança, e que sendo honesta,
ganhará a confiança dela. Isso é respeitar os sentimentos da criança enquanto
ser humano, que aprenderá a expressar-se com a verdade e emoções. Mas por outro
lado causa desconforto em relação a dinâmica da sala de aula, desestabilizando
a relação de integração que esteja sendo construída entre a educadora e a criança.
Neste caso a intervenção a ser feita é o diálogo direto com a mãe, dando
ciência da profundidade da situação e buscando refletir sobre a situação. Evitando
que a criança acostume-se a situação de controle e perceba que é capaz de
realizar.
Lidar
com a adaptação da criança pequena na escola é uma tarefa delicada que precisa
ser sensivelmente realizada, proporcionando a integração da criança ao grupo
gradativamente. Pois para ficar com pessoas que possam substituir os pais, a
criança precisa construir também uma relação de proximidade e confiança. Assim
o sentimento de separação entre a criança e os pais, passa a ser desconstruído
com mais segurança.
O
sentimento de separação apresentado pela criança através de suas expressões
emocionais também precisa ser algo compreendido pelas educadoras e pela equipe
escolar. Isso favorece na forma de acolhimento durante a fase de adaptação. De
tal modo as estratégias poderão se tornar mais eficazes quando a família e a
equipe pedagógica trabalharem juntas e com a mesma compreensão buscando
alcançar objetivos comuns.
Atividade do Módulo V – Ingresso e Adaptação Escolar – como auxiliar a criança e sua família no ingresso e permanência na escola, abordando a ansiedade de separação e condutas escolares que facilitam esse processo.Curso Psicologia Escolar na Educação Infantil. Coordenado pela Psicóloga Ms. Vivien Rose Bock. Centro de Aperfeiçoamento em Psicologia Escolar – CAPE / Núcleo de Educação à Distância.
[2]Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB (2012) e Especialista em
Educação Infantil pela Universidade Internacional de Curitiba – UNINTER (2013).
[3]BOCK, V.R. O ingresso na vida
escolar in Professor e Psicologia Aplicada na Escola. Porto Alegre: Ed.
Kinder, 1996.